Especialmente destinados a ajudar nosso sistema digestivo pela introdução de microorganismos.
 Bactérias dentro do nosso corpo nem sempre são sinal de doença. Muito pelo contrário: cada milímetro quadrado de um intestino saudável deve ter cerca de 10 bilhões de microorganismos vivendo nele para funcionar corretamente. Essa é a chamada flora intestinal, que, em muitos casos, têm seu número reduzido, seja por alguma enfermidade seja pelo uso de antibióticos. Isso não apenas dificulta a digestão, como torna o aparelho digestivo vulnerável ao ataque de microorganismos nocivos. É aí que entram os tais lactobacilos, para ajudar a combater essa carência da flora intestinal.
“As bactérias do gênero lactobacillus não são as mais numerosas, mas têm uma grande vantagem: podem ser ingeridas e ainda chegar vivas ao intestino, atravessando sem problemas o estômago, ambiente ácido onde a maioria dos microorganismos não sobrevive”, diz o microbiologista Pedro Arcuri, da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa), em Juiz de Fora, MG. Uma vez no intestino, esses seres se reproduzem com grande rapidez e ainda criam um ambiente propício para que outras bactérias benignas possam se estabelecer ali. “Como se não bastasse, eles produzem um muco que protege as vilosidades (pequenas dobraduras) intestinais e também sintetizam parte das vitaminas do complexo B de que necessitamos”, afirma Pedro. Os lactobacilos podem ser encontrados no leite que acabou de sair da vaca, mas não estão presentes no leite pasteurizado que encontramos à venda. Os produtos comercializados que contêm lactobacilos vivos são o iogurte e os chamados probióticos: alimentos especialmente destinados a ajudar nosso sistema digestivo pela introdução de microorganismos.
“A vantagem dos probióticos é que eles usam organismos geneticamente selecionados, que comprovadamente chegam vivos ao intestino em quase 100%, enquanto os lactobacilos do iogurte sobrevivem em escala bem menor”, diz a farmacêutica e bioquímica Yasumi Kimura.

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